Em 2020, demanda pela soja brasileira é forte e o mercado traz oportunidades

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Nos últimos anos, a demanda mundial por soja vinha registrando um crescimento média de 5% ao ano. Hoje, o ritmo é a metade disso. A Peste Suína Africana que levou, até agora, cerca de 40% do plantel da China tem grande peso nessa redução, como explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities. “Por outro lado, a China, no ano que vem, deverá produzir 19 milhões de toneladas a menos de carne suína, o que quer dizer um consumo menor de 40 milhões de toneladas de ração, conforme Araújo.. E ao se considerar uma formulação de 66% de milho e 24% de farelo de soja para a alimentação animal, o impacto é grande e severo sobre o comércio global da oleaginosa. 

Ainda assim, é preciso ampliar as análises para os números globais e observando as duas últimas safras e comparando-as à temporada 2019/20 – quase concluída nos EUA e em andamento na América do Sul -é possível observar que a oferta mundial deverá ser menor, bem como os estoques, enquanto as importações apresentam um ligeiro crescimento se comparado à safra anterior. Os números do último boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimam uma redução de 4,84% da produção e de 9,72% dos estoques finais mundiais do ano comercial 2018/19 para o atual. Do mesmo modo, projeta um crescimento de 1,2% das importações globais. 

E mesmo um pouco mais tímido, esse crescimento da demanda deverá favorecer o mercado brasileiro e manter a maior concentração de compras por aqui. A China segue focada na soja do Brasil e assim deverá continuar em 2020, segundo especialistas. A guerra comercial com os Estados Unidos, apesar do avanço aparente das negociações, ainda parece ter um de vida considerável e a competitividade nacional está mantida. Dessa forma, o que analistas e consultores esperam são por boas perspectivas para a demanda pela soja que está sendo plantada neste momento no Brasil, mantendo o país na liderança das exportações globais da commodity. 

Além disso, o Brasil deverá começar o próximo com ano com estoques praticamente zerados e com um excedente exportável, de apenas algo entre 5 e 8 milhões de toneladas em 2020. 

Influência do mercado de carnes

Apesar da Peste Suína Africana, o consumo de proteína animal na China segue aquecido e a nação asiática vem buscando alternativas para atender à demanda. E a saída mais clara tem sido as importações e o Brasil se destaca. Segundo os analistas, maiores exportações indicam maior produção e, consequentemente, maior demanda interna por soja para a produção de ração. 

Mais do que isso, nos próximos anos deverá ter uma recomposição do planetel e um reordenamento da produção de carnes que irá promover um aumento forte das importações de soja.

Influência do biodiesel

A demanda interna por biodiesel também é forte, crescente e mais um fator importante na formação de bons preços para a soja em 2020. Hoje o país passou a utilizar de 10% para 11% de óleo de soja na mistura do diesel e a demanda pelo grão para atender este consumo é grande. Para o ano que vem, a meta é para o B12. A cada 1% de aumento na mistura, se exige mais 600 mil toneladas de óleo de soja, ou 3 milhões de toneladas do grão. 

Para 2023, o governo brasileiro já confirma a mistura B15, ou seja, uma adição de 15% de óleo de soja no óleo diesel, demanda quase metade da produção nacional de soja. Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta semana, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) afirmou que o setor privado busca investir aproximadamente R$ 2 bilhões na ampliação da capacidade produtiva das indústrias. 

Fonte: Notícias Agrícolas

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